Editorial

Cidade das Crianças

Há pouco mais de uma semana, no dia delas, o Editorial do Diário Popular fazia uma ode a um mundo em que as crianças fossem prioridade em toda tomada de decisão. Porém, naquele momento, já falávamos de situações que são desafiadoras tanto para o poder público quanto para as famílias, com muitas obrigações a serem cumpridas na busca pela pavimentação de um mundo melhor. Pelotas abraça o objetivo e se esforça para ser a Cidade das Crianças, mas ainda patina em algumas das coisas mais essencialmente básicas para oferecer estrutura à criançada.

A foto de capa hoje, clicada por Carlos Queiroz, é a terceira reportagem do ano na escola Antônio Caringi. Com o pequeno prédio da escola nas Três Vendas sofrendo com rachaduras, a situação ainda não parece ser solução garantida. Pelo contrário. A primeira reportagem era na véspera do início de um ano letivo que caminha para o final sem soluções. Como descreve Helena Schuster ao longo da matéria, dividir refeitório e sala de aula é, além de um desafio para quem leciona, contraproducente na hora de aprender.

O grande ponto é que essa não é uma questão pessoal. Em uma breve pesquisa no site do Diário Popular, o leitor encontra uma pilha de matérias só dos últimos meses sobre problemas estruturais em escolas na cidade, tanto na rede municipal, quanto estadual. As aulas serão (um dia) em contêiner na Getúlio Vargas, há questões de elétrica ainda não resolvidas na Piratinino de Almeida, a Bernardo de Souza apresentava goteiras, a Fernando Osório ficou sem quadra esportiva após o ciclone, a varanda do Félix da Cunha pode cair a qualquer momento… Fora a falta de profissionais, entre tantas outras questões que passam também por transporte, incentivos, etc.

Enquanto os professores passam por atividades formativas dentro do projeto Cidade das Crianças que preveem lindos cenários para o futuro, imagina-se que alguns saiam de lá acordando de um sonho quando se deparam à realidade de goteiras, rachaduras e sobrecarga. Há que se sonhar com um futuro bonito e de realizações, claro. Mas antes da perfeição, há que se pensar no básico. O problema é que, por enquanto, o básico vem sendo bem difícil de se alcançar.


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